sábado, 21 de junho de 2008

UMA VELA PARA MACHADO

21 de junho de 1839. Há 169 anos nascia Machado de Assis, de nome Joaquim Maria (Portugal, sempre Portugal, menos em sua futura literatura, não pelo mal de Portugal, mas pelo bem do Brasil). Como está mais vivo do que nunca, como realizou uma obra de certa forma “inexplicável” devido às circunstâncias de seu nascimento e de sua formação, é mais do que justo – não representa nenhum excesso acendermos uma vela e comemoramos esse aniversário.
Filho mais velho do pintor (de paredes) Francisco José de Assis, um mulato filho de pai ex-escravo, já liberto antes da Abolição, e da lavadeira Maria Leopoldina Machado de Assis, branca, portuguesa, nascida na Ilha de São Miguel, no arquipélago dos Açores. Cenário do nascimento: o Morro do Livramento, à época zona portuária da cidade do Rio de Janeiro, ao norte. Muita coisa mudou, naturalmente, mas, algumas, para pior. Embora tenha sido declarado patrimônio histórico nacional, o Morro, hoje, é favela (apesar de ter mudado o nome para favela da Providência e outros detalhes que não cabe bem discutir numa nota de aniversário).
Joaquim Maria foi batizado a 13 de novembro daquele ano. O Rio de Janeiro, corte do Primeiro Império (em dois anos Dom Pedro II, então com 14, seria declarado maior de idade, subiria ao trono e iniciar-se-ia o II Império), contava com 200.000 habitantes enquanto São Paulo, para se ter uma idéia, tinha uma população de apenas 12.000 pessoas.
169 anos Machado de Assis completa hoje. Tem muito ainda pela frente. E, sobretudo, todos nós, os que lêem, diante da agudeza desafiante de sua literatura. (21/06/2008)

Um comentário:

Anônimo disse...

Paulo,
nada menos que perfeito!
Que texto. Sem comentários.
Beijo
Joana