Obra que é obra não tem espelho. 1) Não pode ser imitada;
2) O próprio autor, ao buscar repeti-la, fracassa. E só lhe resta então partir
para algo inteiramente novo. Aliás, por fazer exatamente isto é que ele destrói
qualquer possibilidade de espelho e constrói a obra. Abandona-se a cada livro,
órfão de si mesmo; e diante do espelho desejado (fácil e resumidor) nada o
reflete, condenado como um vampiro que deve beber o sangue de todos, mas jamais
o seu. (24/03/2013)
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3 comentários:
Prezado Paulo:
maneira original essa sua de fazer crítica literária. Notamos a presença, ao mesmo tempo, do crítico e do escritor, coisas, as duas, que você simultaneamente é. Parabéns. Uma forma de nos ofertar reflexão e prazer estético.
Tânia Farias. Camboriú, SC.
Nossa! Que síntese fantástica! E não é que é assim mesmo? O escritor que fica se repetindo, o artista que fica se repetindo, perde a sua aura de criador, de criatura que gera.
Maravilha ser lido nesse nível de compreensão. Obrigado!
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