sábado, 4 de outubro de 2008

WHISKY


Hoje, às 20h15min (jante cedo ou – é sábado – jante tarde), na tevê por assinatura, canal 65 da operadora NET, Telecine Cult, um filme uruguaio, Whisky. Nós, que somos vizinhos de Uruguai e Argentina, estamos com o faro mais atento ao bom nível de sua cinematografia, sobetudo a argentina. Bem, quem me lê aqui, sobretudo os não-gaúchos, fiquem ligados. Whisky é uma comédia comovente, aquela espécie de história que reúne o auge das potencialidades narrativas, onde o que é drama humano converte-se em lágrima seca, engolida em favor de sorrisos a costurar um humor raro. Humor alimentado na base de uma melancolia difusa. Solidão e orgulho se unem, uma para dar a profundidade da condição do protagonista, o outro para resgatar sua dignidade e mostrar o quanto o irmão representa para ele. A trama? Morta a esposa há anos (fato que o viúvo encobre), o personagem encarnado por Andrés Pazos, Jacobo, possui uma mulher que trabalha para ele em sua fábrica de meias e que, além de funcionária, é sua única amiga. Recebe a notícia da iminente visita do irmão, Herman, a quem deseja causar boa impressão. Combina com a amiga, Marta, que represente a atual esposa. Os afetos sublimados e as perdas caladas dão um show de contida e, por isso mesmo, tensa e densa emoção a nos arrancar reações que poucos filmes merecem de nós. Whisky é desses poucos filmes, a ser visto e revisto. Ainda bem que tevê por assinatura, em geral, costuma repetir diversas vezes, durante um ano inteiro, praticamente toda a sua programação. Tenho esperanças de ver e rever o filme. dirigido pelos uruguaios Juan Pablo Rebella e Pablo Stoll em 2004, umas três vezes no mínimo, até meados do ano que vem. Mas não facilitem. Programem-se para hoje. Se não acharem o máximo, me cobrem. Prometo me retratar. E, francamente, duvido que o faça. Não por orgulho. (04/10/2008)

5 comentários:

Melissa disse...

Li. Mas não tenho tv por assinatura.

:I

mas guardarei el nombre

:*

Ps.: não é nem pra me exibir, mas... o espanholismo em meu sangue atacou novamente: agora de tarde, enquanto escrevia, de escrever mesmo, à mão, um trabalho de história da educação, escrevi "más" em vez de "mais".

Juro. Talvez isso seja mais bom do que ruim, visto que até tenho errorex no quarto, mas preferi rabiscar do que ir até lá buscar...

Anônimo disse...

Vou ver se encontro o filme. Sou cinéfilo. Não sei como me livrar disso.rsrsrsr

Abração, Paulo.

Jeff Negromonte

Anônimo disse...

Jeff,

não se livre, nunca. Ser cinéfilo é uma bênção. E essencial para um escritor.

Aquele abraço amigo.

Anônimo disse...

Caríssimo blogueiro:

para não perder a rima, é um filme traiçoeiro. E uma peça sem disfarces. Tem a continuidade de um FESTIM DIABÓLICO, do Hitchcock. Só que, ao contrário deste, aí nada acontece. Nada! E, no entanto, que tensão o filme inteiro... Uma tensão que é difícil explicar. Parece que nem existe, mas está lá, o tempo todo.

Jussara Vescia, Nova Bassano, RS.

Anônimo disse...

Paulo:

vamos ser realista (marca, aliás, dos seus textos). Nunca assisti a um filme tão sem truques como este. As histórias de amor e de desamor (as de desamor às vezes são mais verdadeiras) são feitas de promessas, muito discurso, excesso de intenção. No entanto, ação que é bom... Este filme revela exatamente este ponto da natureza humana. Algo muito forte nos impede de dar o primeiro passo. E até de dar os passos seguintes. Deixa o sujeito pensando horas. Grande filme. Discretíssimo.

Osório M. Dal'Lagnol, Passo Fundo. RS.